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Terça-feira, 01.02.11

Não sei...

Não sei como irá ser, nem sei se estou preparada. Aliás, acho que nunca ninguém está preparado. Ao mesmo tempo, tenho medo. Medo de não sentir o suposto, medo de estar mais insensível. A partir daí, também não sei como ele ficará. Às vezes penso que, pior do que está, não poderá ficar. Mas sim, vai ficar pior... Tudo vai ficar pior. Um mal nunca vem só. O esperado, mas inesperado ao mesmo tempo, vai acontecer. Quando? É a pergunta que me persegue... A mim e a todos. E depois disso? A dor vai ser maior à medida que o tempo passar... Eu não vou dar conta disso, vou viver mas vou ignorar o inevitável. É família, é algo que não nos escorre das mãos como grãos de areia. E porquê? Não há dia em que não pense: "Quando é que vai ser?". É estranho e é óbvio que não quero que tal aconteça. Nunca devia acontecer, mas sei que está para breve... Infelizmente. Ou então não, se calhar vai durar mais e mais. Mas nunca se está preparado. "Cata, vai-te preparando."; "Cata, se calhar era melhor cá vires." E isso não dá para ignorar. Não dá para não pensar no raio da pergunta de 'quando é que vai ser?'... Não dá. E cada vez penso mais nisso, cada dia que passa e ela dura, penso em como será. Oiço o telefone tocar e vem-me à cabeça "Foi agora." Sei que esse dia vai chegar. Tenho medo desse dia... Tenho medo de quem irei perder, medo de sentir... De sentir o quê? Também tenho medo do que vou sentir, porque não sei. Consigo sair do meu mundo - de tudo o que tem sido a minha vida até agora - , observar muitos dos episódios que vivi e chegar à conclusão de que me fortaleceram. Ainda assim, por ter lidado da melhor maneira possível com eles, penso que o episódio que se segue não irá fugir muito ao que já ultrapassei. E por ter conseguido ultrapassar da maneira que ultrapassei, tenho receio, sei lá. Não me estou a fazer entender pois não? Ou seja... Posso dizer que me tornei, ultimamente, numa pessoa mais fria. Fria porquê? Simplesmente deixei de dar tanta importância aos meus problemas, ao inevitável. Não sei se é positivo ou negativo. Por um lado, não penso no que me poderia deixar mais em baixo e isso é bom... Claro que é bom, é óptimo, é da maneira que desfruto mais da minha felicidade. Por outro lado, desligo-me mais desses maus sentimentos, olho-os do género: 'Não vou estar assim por isto ou por aquilo. Simplesmente não me vou cansar!' É mesmo assim... Tipo, cansei-me de me cansar com isso. Mas é aí que entra o meu maior erro de todos, que sempre fiz e continuarei a fazê-lo: ficar calada. E digo, com toda a certeza, que o meu maior medo, para além da morte, é tornar-me numa pessoa mais fria. Nos últimos tempos estou mais fria, mais... 'Não quero saber!' Mais eu, mais a minha felicidade, menos os meus problemas, menos esta casa. E é por tudo isso, por mim e pela pessoa em que me estou a tornar, que tenho medo desta perda... Será que irei ser a pessoa mais sensível do mundo? Ou será que... Eu sei lá. Eu sei que vai custar, só não sei o quanto. Eu sou das pessoas mais sensíveis que conheço e o que estou a fazer é, nada mais nada menos, do que esconder a minha preocupação... Tenho medo que a minha frieza, que sim, é só uma máscara, se apodere da minha sensibilidade e não me deixe conseguir lidar da melhor maneira possível o que aí vem... É isto. É que é mesmo isto... É esperar...

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publicado por themelodyofwriting às 01:09





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